Marcelo Vieira e Rogério Barbosa afirmaram que a venda da LAC é a única solução para revitalização da cooperativa que hoje trabalha com 16 funcionários, com uma produção de 7 mil litros de leite por dia e possui um patrimônio avaliado em R$56 milhões.
Com o objetivo de informar sobre a real
situação da Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina – LAC, membros da
diretoria estiveram participando da sessão ordinária da Câmara Municipal,
ocorrida no dia 10 de dezembro.
Marcelo Vieira,
Diretor-Presidente, e Rogério Barbosa, Diretor-Financeiro, conversaram com os
vereadores sobre a realidade da LAC, os problemas financeiros e a necessidade
de venda para revitalização da cooperativa.
Inicialmente,
Marcelo Vieira informou que está cumprindo seu segundo mandato à frente da
Cooperativa. Disse que, quando assumiu pela primeira vez em 2014, a situação
era bem semelhante à atual, mesmo assim conseguiu aumentar a quantidade de
leite e ainda pagou diversas dívidas. Segundo ele, o planejamento foi
prejudicado em virtude da falta de crédito da cooperativa.
O dirigente
reconheceu que o ano de 2017 foi muito difícil para o setor lácteo, pois muitas
empresas apresentaram prejuízo em seus balanços, enquanto que outras fecharam
as portas. Segundo Marcelo, 2017 foi um ano crucial, pois a LAC não conseguiu
superar as dificuldades.
Marcelo Vieira
comentou que, em 2018, foi novamente eleito pelos cooperados e assumiu um
segundo desafio. Porém, em março daquele ano, a situação foi se agravando e não
conseguiu cumprir os compromissos assumidos com os produtores, o que provocou a
perda de leite e de faturamento, além de inviabilizar o pagamento das dívidas.
Segundo ele, foi
neste momento que a diretoria chegou à conclusão que a melhor saída seria colocar
à venda a cooperativa, sendo que essa decisão foi comunicada aos cooperados, os
quais, em assembleia, autorizaram a venda de forma unânime.
O presidente da
Cooperativa informou que desde então está à espera de um possível
investidor/comprador que apresente uma proposta formal para ser levada para
avaliação dos cooperados. Ele explicou que já recebeu visitas de pessoas
interessadas, mas que não apresentaram nenhum projeto e nem garantias para
assumir a cooperativa e pagar suas dívidas.
Marcelo Vieira
explicou que, em agosto deste ano, foi convocada uma assembleia, pois um
possível investidor havia demonstrado interesse em adquirir a LAC, mas as
negociações recuaram em virtude da execução do BDMG, pois, com a realização de
um possível leilão, o comprador poderia adquirir a cooperativa por um preço
mais baixo. Segundo ele, a LAC deve ao BDMG aproximadamente R$10 milhões.
O dirigente
comentou que, ao assumir a cooperativa, não havia nenhum ativo disponível,
todos estavam alienados em empréstimos. Ele anunciou que todos os compromissos
foram honrados até julho de 2017 e que conseguiu liberar alguns ativos no BDMG,
mas também havia uma dívida no Banco do Brasil, cuja garantia era em produtos
acabados, o que praticamente não existia em 2014.
Ele comentou que,
como forma de preservar o patrimônio da LAC, os cooperados decidiram em
assembleia que deveria recorrer da execução do BDMG e não permitir a realização
do leilão. Ele enfatizou que a decisão foi dos cooperados, verdadeiros donos da
cooperativa, que não poderiam concordar com que um patrimônio avaliado em R$56
milhões fosse a leilão por R$13 milhões.
Marcelo ressaltou
por diversas vezes que não existe esta versão de que ele e o Rogério não querem
vender a LAC, esclarecendo que a venda ainda não ocorreu porque não recebeu
nenhuma proposta formal das empresas que estiveram visitando a cooperativa.
O dirigente
anunciou que atualmente está sendo desenhada uma possível venda da LAC e que
está aguardando o desfecho dessa negociação. Ele informou que foi marcada uma
assembleia para o dia 6 de janeiro, na qual espera poder apresentar uma
proposta concreta para os cooperados.
Marcelo Vieira
frisou que, desde março de 2019, não há nenhuma pendência, todas as
responsabilidades foram pagas. Além de expor situações de prejuízo em sua vida
particular, o dirigente confirmou que ele e o Rogério recebem mensalmente
R$4.500,00 e que ainda não receberam o mês de dezembro.
Rogério Barbosa
também conversou com os parlamentares e acrescentou alguns dados sobre a
cooperativa e o processo de venda. Segundo ele, em 2018 e 2019 foram demitidos
cerca de 200 funcionários e que somente agora eles receberam suas verbas
indenizatórias graças a recursos de restituição do PIS e Confins. O dirigente
confirmou que atualmente a cooperativa possui 16 funcionários, 1170 cooperados,
sendo 70 ativos, e trabalha com cerca de 7 mil litros de leite por dia.
Após responder aos
questionamentos dos vereadores, Marcelo Vieira disse que considerava importante
participar de uma reunião da Câmara, pois a LAC, embora seja de iniciativa
privada, é uma referência regional, com 76 anos de atuação do ramo e que
lamentavelmente hoje se encontra numa situação de inviabilidade econômica. (Fonte: Site da Câmara Municipal de Leopoldina).