A Diocese de Leopoldina iniciou investigação sobre relatos envolvendo duas imagens sacras que teriam vertido lágrimas em Sobral Pinto, distrito de Astolfo Dutra, distante cerca de cem quilômetros de Juiz de Fora. O caso teria acontecido no domingo (24), na Capela de Nossa Senhora Auxiliadora.
Tradicionalmente nesta data, a população da localidade celebra a santa que é padroeira da cidade. Segundo relato de fiéis à rádio CBN de Juiz de Fora, há duas estátuas de Nossa Senhora Auxiliadora nesta capela. Enquanto a maior foi levada para as ruas na carreata, a menor ficou no templo. Duas mulheres teriam permanecido no local para ajudar na limpeza, quando perceberam que duas imagens, de Nossa Senhora Auxiliadora e do Sagrado Coração de Jesus, estariam derramando lágrimas.
Ainda conforme relatos, foram feitos fotos e vídeos do ocorrido. O pároco da cidade foi acionado pelos fiéis, compareceu ao local e teria experimentado o líquido, que, ainda segundo religiosos, teria gosto semelhante à lágrima humana. No dia seguinte, o religioso teria ido a Diocese de Leopoldina, que responde pela paróquia de Astolfo Dutra, para relatar o caso ao bispo. A reportagem entrou em contato com a paróquia do município e também com a Diocese, que preferiram não comentar o ocorrido, que segue em investigação.
‘A Igreja nunca dirá que algo é de fato um milagre, pois só Deus tem esse poder’
Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na quinta-feira, o padre João Francisco da Silva, da Arquidiocese de Juiz de Fora, explicou que, antes de ser constatado que o evento é extraordinário, como ele definiu, são necessárias diferentes etapas de investigação. “A Igreja é muito prudente quando vai se pronunciar oficialmente à respeito de um determinado caso, porque, antes, é necessário fazer diversas investigações que vão concluir de forma científica primeiro. Depois é analisada a parte teológica para ver se não tem nenhum conteúdo contrário à fé. No final das contas, a Igreja não pode afirmar se o evento foi milagroso, mas, sim, que não há nada contrário à fé ou que é um fato extraordinário que aconteceu.”
Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na quinta-feira, o padre João Francisco da Silva, da Arquidiocese de Juiz de Fora, explicou que, antes de ser constatado que o evento é extraordinário, como ele definiu, são necessárias diferentes etapas de investigação. “A Igreja é muito prudente quando vai se pronunciar oficialmente à respeito de um determinado caso, porque, antes, é necessário fazer diversas investigações que vão concluir de forma científica primeiro. Depois é analisada a parte teológica para ver se não tem nenhum conteúdo contrário à fé. No final das contas, a Igreja não pode afirmar se o evento foi milagroso, mas, sim, que não há nada contrário à fé ou que é um fato extraordinário que aconteceu.”
Ainda de acordo com o religioso, a análise se inicia localmente e segue para o Vaticano para que uma classificação oficial seja emitida. “A análise começa na Diocese. O bispo é responsável pelas instruções da causa dos santos. Ele vai instaurar um grupo de estudos que é composto por padres, cientistas e médicos, que vão analisar o evento empírico, que é o fato em si. Vai analisar primeiro a imagem, para dizer se é, de fato, feita do gesso. Depois, ele vai levar para o laboratório, onde será analisada aquela água, e o bioquímico pode dizer se aquilo não se trata de água, mas sim algo diferente que não deveria estar ali naquele lugar.” No entanto, mesmo se constatado o caráter excepcional do evento, ele não recebe a terminologia de milagre. “A Igreja nunca dirá que algo é de fato um milagre, pois só Deus tem esse poder”, complementa.
A Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Juiz de Fora apurou que o caso ocorrido em Sobral Pinto já chegou ao conhecimento do bispo da Diocese de Leopoldina – Igreja Particular à qual pertencem a cidade e o distrito -, Dom Edson José Oriolo dos Santos. A avaliação inicial do prelado é de que tratou-se de fenômeno natural, mas, de qualquer forma, o caso será estudado e está sob a responsabilidade do pároco local. Caso o fenômeno relatado volte a ocorrer, será feito um estudo científico para descartar qualquer intervenção humana e/ou da natureza. Somente a partir da exclusão dessas causas é que o fato passaria a ser tratado como sobrenatural. (Fonte: www.tribunademinas.com.br)