Ex-parlamentar tinha 90 anos e faleceu em decorrência de complicações causadas pela doença causada pelo novo coronavírus; sepultamento acontece nesta quarta-feira em Barbacena.
Ex-deputado federal por Minas Gerais por quatro décadas, de 1978 a 2018, Bonifácio Andrada morreu nesta terça-feira (05) aos 90 anos em decorrência de complicações causadas pela Covid-19. O parlamentar estava internado em um hospital particular de Belo Horizonte desde o dia 16 de dezembro. A informação foi confirmada pelo filho de Bonifácio, o também deputado federal Lafayette Andrada (Republicanos).
O sepultamento acontecerá nesta quarta-feira (6), em Barbacena, terra natal do ex-deputado. A despedida acontecerá na Igreja Nossa Senhora da Assunção e, devido às restrições impostas pela pandemia de coronavírus, será restrita aos familiares, conforme informou Lafayette Andrada.
Bonifácio era advogado, jornalista, cientista político, professor universitário e doutor em direito público. Atualmente, era reitor da Universidade Presidente Antônio Carlos, fundada por ele que funciona em Barbacena desde 1964. Ele deixa a esposa, Amália Borges de Andrada, e oito filhos.
Embora tenha cumprido o primeiro mandato na Câmara Federal em 1978, a trajetória política de Bonifácio teve início décadas antes. Em 1954, ele foi eleito vereador em Barbacena e, no ano seguinte, foi oficial de gabinete do ministro da Agricultura no governo do então presidente Café Filho. Em seguida, conquistou um assento na Assembleia Legislativa (ALMG) por quatro mandatos consecutivos, entre 1959 e 1974, período no qual também assumiu outros cargos, como secretário de Educação. Foi relator da Constituição mineira de 1967 e presidiu a ALMG em 1968. Entre 1975 e 1978, assumiu a secretaria do Interior e Justiça.
Na Câmara Federal, Bonifácio Andrada assumiu diversos cargos, entre eles a vice-liderança no governo do presidente João Figueiredo, ainda durante o regime militar; presidente da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão Especial para Elaboração do Código Brasileiro do Ar. Em 1989, foi candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Paulo Maluf.
Ainda na década de 1980, o ex-deputado integrou a comissão mista responsável pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte. Na época, ele foi dos líderes jurídicos do então centro democrático, que era formado pela maioria dos membros da Assembleia Constituinte.
Na década de 1990, Bonifácio se licenciou do mandato para assumir a secretaria estadual de Administração e Recursos Humanos na gestão de Hélio Garcia. De volta à Brasília, foi um dos relatores do projeto do Novo Código Civil brasileiro e, mais recentemente, foi um dos parlamentares que votou pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Também foi relator do processo de impeachment de Michel Temer, que assumiu no lugar da petista.
Além da atividade parlamentar, Bonifácio teve uma intensa vida acadêmica e, além da reitoria da Unipac, também publicou 21 obras. (Fonte: www.otempo.com.br)