terça-feira, 1 de dezembro de 2020

NOVOS VEREADORES VISITAM A CÂMARA E DISCUTEM CERIMONIAL DE POSSE

Após várias ponderações, ficou decidido por unanimidade que a solenidade ocorrerá nas dependências da Câmara, no horário das 10 horas, com transmissão ao vivo pela fanpage e pelo canal do Legislativo no youtube.
NOVOS VEREADORES VISITAM A CÂMARA E DISCUTEM CERIMONIAL DE POSSE

Os vereadores eleitos na recente eleição municipal estiveram visitando a Câmara Municipal na tarde desta segunda-feira (30/11). Eles foram recepcionados pelo presidente Waldair Barbosa Costa e pelo vice-presidente José Augusto Cabral, o vereador mais votado no pleito municipal.

Durante o encontro, os representantes da atual Mesa Diretora conversaram sobre a rotina diária do Legislativo e disponibilizaram para os eleitos exemplares do Regimento Interno e da Lei Orgânica Municipal. Entre um esclarecimento e outro, foi sugerido aos novatos que acompanhem as reuniões ordinárias para conhecerem a dinâmica do trabalho legislativo.

Waldair Costa informou que deixará recursos disponíveis para o próximo presidente a fim de concluir dois projetos já iniciados em sua gestão: a ampliação do estacionamento e a instalação de sistema de energia solar.

No encontro também foi discutido sobre a solenidade de posse que ocorrerá no dia 1º de janeiro de 2021. Após várias ponderações, ficou decidido por unanimidade que, seguindo a tradição, a solenidade ocorrerá nas dependências da Câmara, no horário das 10 horas, com transmissão ao vivo pela fanpage e pelo canal do Legislativo no youtube. 

Em virtude da pandemia de Covid-19, serão adotados alguns procedimentos de prevenção, como a restrição do acesso à cerimônia. Cada vereador terá direito a três convites, sendo que o prefeito e o vice-prefeito, que também serão empossados nesta sessão, receberão cinco convites.

Participaram do encontro os vereadores eleitos Gilmar Pimentel, Rodrigo Pimentel, Elileia da AVAC, Profª Inezinha, Carlos André, Vinícius Queijinho, Edvaldo Franquido Donato do Vale, Julius César, José do Carmo, Alexandre Badaró, Rogério Campos Machado e Ivan Nogueira. Justificaram ausência Bernardo Guedes e Valdilúcio Malaquias. (Fonte: Site da Câmara Municipal de Leopoldina-MG).

ENTREVISTA COM VICTOR GUILHERME FERNANDES.


“Leopoldina é uma cidade muito rica em potencial turístico, em atrativos, mas nós precisamos e temos uma grande missão: transformar estes atrativos turísticos para que eles possam ser comercializados efetivamente no trade turístico.”

Introdução:

Victor Guilherme é graduado em Turismo, pela UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora, pós-graduado em Administração Hoteleira pelo SENAC e Mestre em Ciências Sociais pela UFJF. Atualmente é gerente do Hotel Minas Tower e sócio da Dom Bosco Empreendimentos Imobiliários. Nesta entrevista concedida recentemente ao Programa Roda Viva, apresentado por Arnaldo Spíndola, aos sábados na Rádio Jornal AM, ele comentou sobre o potencial turístico de Leopoldina, nas áreas de cultura e lazer.

Arnaldo Spíndola : Como você avalia o potencial turístico de Leopoldina?

Victor Guilherme – É muito bom e proveitoso participar desta troca de idéias, tendo em vista que temos conversado muito sobre projetos para as áreas de cultura, esporte lazer e turismo. Leopoldina é uma cidade muito rica em potencial turístico, em atrativos, mas nós precisamos e temos uma grande missão: transformar estes atrativos turísticos para que eles possam ser comercializados efetivamente no trade turístico. Então, nós temos que escolher estrategicamente alguns dos pontos principais, alguns dos nossos atrativos principais e darmos um tratamento necessário para que estes atrativos sejam trabalhados em forma de produto e ofertados ao mercado de consumo de turismo. Então, a nossa grande missão é justamente transformar a cadeia de serviços associados a estes atrativos em uma cadeia que esteja profissionalizada, treinada e capacitada para receber os turistas e a gente poder desenvolver o turismo na cidade. Leopoldina só tem passado e temos que começar a oferecer alternativas para as pessoas ficarem, gostarem, amarem o município, quererem o seu desenvolvimento, quererem buscar qualificação e uma das alavancas chave neste sentido é a área de turismo, cultura, esporte e lazer. São quatro áreas irmanadas, afetivas e que podem ser trabalhadas de forma bem estruturada, estratégica, com uma boa leitura do que é a realidade atual, escolhendo projetos para serem trabalhados. Nós não podemos atirar para todos os lados e sim temos que colher alguns projetos, aqueles que são mais viáveis, que podem nos dar retorno mais imediatamente, é aí que precisamos atacar.  Já comecei a esboçar uma lista de afazeres e de possibilidades para Leopoldina, no âmbito do turismo e da cultura e também do esporte e do lazer. Tem coisas que a gente pode fazer, executar imediatamente e que vão trazer retornos imediatamente. Eu gosto sempre de bater nesta tecla, por que eu trabalho com eventos na cidade, trabalho com eventos no meu hotel e sei qual é o potencial do mercado de eventos para alavancar empregos, geração de renda e também divisas para o município, como impostos e outros mais. A primeira coisa que nós temos que buscar realizar é a formatação de um belo calendário de eventos turísticos para Leopoldina. Eu bato sempre nesta tecla. Nós precisamos realizar e ter eventos fortes, ou seja, não pode ser eventinho meia boca não. Nós temos um entroncamento rodoviário aqui em Leopoldina muito especial e uma localização geográfica estratégica excelente, que nos coloca a poucas horas de grandes centros emissores de turistas. Criando eventos aqui no município, temos condições de atrais as pessoas. Um grande produtor de eventos da nossa região, que traz esses grandes shows, como Mayara e Maraísa, Gustavo Lima, e outros, que é o Carlos Garcia, ele se hospeda no Minas Tower e ele me disse que é muito melhor realizar eventos em Leopoldina, do que em Muriaé, que é bem maior que Leopoldina. Eu perguntei porque e ele me respondeu que Leopoldina recebe a região inteira, tem um parque de exposições central e estratégico, com acesso facílimo, tanto a pé como de carro e ele disse ainda que Leopoldina é uma cidade bonita, bem quista, simpática e que tem excelente estrutura para receber shows de grande porte, tem estrutura de equipamentos, de hotelaria, estrutura gastronômica. Este empresário de shows tem uma visão estratégica de realizar shows aqui em Leopoldina e ele está sempre promovendo. Temos que começar a acreditar nas nossas potencialidades e transformá-las em produtos vendáveis nos mercados de turismo e cultura a fim de fazer com que este dinheiro chegue em Leopoldina, pois o retorno financeiro é rápido, imediato. Este é o primeiro passo para começarmos a alavancar o turismo em Leopoldina. O segundo passo, já seria um trabalho de conscientização, um trabalho realizado nas escolas, sendo uma ação do resgate histórico e patrimonial dos nossos valores, das pessoas de nossa cidade. Quem fez? Quem participou da construção de Leopoldina? Quais são os nomes? Qual a história política do município? Quais são os grandes artistas que por aqui passaram, viveram e morreram em nossa cidade, como Augusto dos Anjos? Qual é o seu legado?

Será necessário um grande trabalho de sinalização turística, sendo importante conscientizar os agentes que tem contatos com os turistas, como por exemplo, os policiais, os taxistas, os vigilantes, os frentistas dos postos de gasolina, os garçons, os atendentes de lanchonetes e restaurantes, ou seja, essas pessoas são veículos de vendas do município e nós temos que enxergar isso e tratar essas pessoas como capital humano estratégico para a virada da cidade rumo ao turismo. Essas pessoas não podem ser abordadas por um turista que pede uma informação e eles não sabem informar, dizer que não conhecem um bom lugar para almoçar, um local turístico para conhecer, para passear, para se divertir e não podemos ter a resposta de que não sabem, diante das riquezas que nós temos em Leopoldina, tanto de estrutura, quanto de atrativo. Agora, os atrativos têm que ser acessíveis, bem sinalizados, tem que ser de fato bonitos, para causar uma boa impressão, uma experiência, porque atualmente o turismo, a partir de agora, principalmente a partir desta pandemia, o novo paradigma do turismo será o turismo da experiência, ou seja, a pessoa sair da sua casa com a sua família, para ter uma vivência que ela não tem no seu ambiente, é isso que nós temos que proporcionar para as pessoas quando vem à Leopoldina, por exemplo para assistirem um campeonato de vôo livre. Não pode simplesmente ser uma rampa mal arborizada, mal tratada, sem um banheiro adequado, tem que ter uma condição de alimentação adequada, uma ambientação sonora, de repente com artistas locais, levar a gastronomia, por exemplo, para o Morro do Cruzeiro e realizar um belo campeonato de vôo livre, mas com atrações sendo realizadas durante todo o dia, para justificar que as pessoas venham de fora consumir aqui. Um dos problemas que precisamos atacar é retirar a parte da alta tensão aérea, sendo que já houve esse tipo de conversa com a Energisa, para que ela passe estes fios de alta tensão para subterrâneo, no local onde é feito o pouso do vôo livre, que é próximo ao posto de guarda da Polícia Rodoviária Federal, para conseguirmos aprovar nas instâncias dos campeonatos de vôos livres federais e estaduais, que as etapas sejam sediadas aqui em Leopoldina, tendo em vista que atualmente existem normas de segurança que nós não conseguimos atender, por causa especificamente destes fios de alta tensão.

Arnaldo Spíndola: E o turismo nos distritos?

Victor Guilherme –  O turismo pode redescobrir, reativar os nossos distritos e fazer com que as pessoas tenham vontade de permanecer lá. A nossa cidade tem um potencial de atração pela religiosidade, como a “caminhada da fé”, que sai da Igreja do Rosário, com destino a Piacatuba, a caminhada da Igreja da comunidade da Onça, com destino à Tebas, e a caminhada com destino ao Morro do Cruzeiro, e nós temos que abraçar estes eventos religiosos juntamente com a Diocese de Leopoldina e transformá-los em atração turística. Vejamos: Foram gravados filmes e mini-séries em Piacatuba e ninguém fala nada, temos que utilizar esses oportunidades pra divulgar nossas potencialidades que já estão sendo percebidas por produtores e artistas de fora, mas que nós mesmos não valorizamos da maneira adequada.

Arnaldo Spíndola: Na sua opinião, Leopoldina divulga bem as suas potencialidades turísticas?

Victor Guilherme – Gosto muito do exemplo do governo do Estado da Bahia, pois é um vendedor espetacular do turismo deste Estado. Ao descer no aeroporto de Salvador, a primeira coisa que a pessoa vê escrito é: “Sorria, você está na Bahia”, sendo este o mote, o slogan da Bahia e onde quer que as pessoas vão elas veem e ouvem falar sobre a Bahia: que é um local que não tem inverno, região de praia o ano inteiro, lugar de passear, e não vemos falar nada de Leopoldina e olha que temos um entroncamento rodoviário fabuloso, que poderia estar sendo explorado de alguma forma, pois temos que vender o município e uma forma excelente para vendermos o município, temos que investir em outdoors nas rodovias convidando as pessoas que estão a passeio para entrarem na cidade, almoçarem por aqui, conhecerem nossas belezas, se hospedarem.... E, torno a dizer, a criação de um calendário oficial de eventos será a porta de entrada para vender o município.  Podemos trazer, por exemplo, grandes nomes da música e com isso se traz também a mídia espontânea, haja vista que a mídia vem atrás dos grandes artistas. E ainda, pode ser feito por exemplo um evento de jazz, pega um Ivan Lins, ou um Wagner Tiso, aí teremos um grande artista de peso, e devemos sempre incluir os artistas locais, pois temos ótimos músicos, com sólida formação. E aí entra a importância da criação de um calendário de eventos.

Um fato que tem me deixado muito triste ultimamente, é a forma como tem sido feita a poda das árvores oitis, os mesmos já foram símbolo de Leopoldina, justamente porque era feita aquela poda simétrica, linda. E as pessoas viam uma alameda de oitis linda, bem aparada, todas iguais... e lamentavelmente hoje é feita uma poda radical, invasiva, uma verdadeira ceifa das pobres árvores. Outro fato que me incomoda demais, é aquele relógio da coca-cola, instalado na Praça Félix Martins. Fico me perguntando o que este relógio está fazendo ali, que ninguém demoliu, e não tirou até hoje ele de lá. Referido relógio é feio e está contribuindo para a poluição visual do município e está lá parado, não funciona há muitos anos, isto é lamentável, simboliza nosso atraso, nosso descaso com a beleza de nossos equipamentos públicos. Neste local, tem que ter um monumento de amor a Leopoldina e não um relógio da coca-cola que não funciona. Tenho um pouco de conhecimento nas áreas de turismo, lazer e gastronomia e esse conhecimento me favorece, para que eu possa desenvolver alguns projetos e potencialidades que estão adormecidas em Leopoldina e que com o funcionamento dos mesmos, podemos trazer grandes benefícios para toda a nossa sociedade, pois o que mais queremos e sonhamos para a nossa querida Leopoldina é o seu desenvolvimento e sempre faço de tudo para honrar o nome da minha família, que sempre acreditou e que sempre investiu na nossa querida Leopoldina.