Apenas profissionais da saúde e da segurança têm previsão do governo sobre quitação de salários. Alegação é queda na receita.
O governo de Minas Gerais ainda não tem uma data definida para o pagamento de salários de parte dos servidores públicos. Em entrevista ao Estado de Minas na tarde desta terça-feira (7), o governador Romeu Zema (Novo) pediu desculpas e disse que, por ora, não há como prever quando os recursos estarão à disposição.
“Peço desculpas. Eu não consigo tornar previsível o que não tenho como dar previsibilidade. Não é por uma decisão deliberada que estamos deixando de pagar. É porque, infelizmente, o recurso não existe. Temos de pagar na hora que o recurso entra no cofre. Não adianta, nem se eu quisesse, emitir um cheque e mandar para todo mundo se o cheque estiver sem fundo. Peço essa compreensão”, disse.
Nessa segunda-feira (6), o governo informou que servidores das áreas da saúde e da segurança – serviços considerados essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus – receberão os salários nesta quinta (9). A previsão de pagamento dos demais, segundo Zema, será divulgada “assim que for possível”.
Em razão da queda de arrecadação ocasionada pela pandemia, ainda não é possível anunciar a escala de pagamento de todos os servidores. Esse anúncio será feito tão logo seja possível.
199 pessoas estão falando sobre isso
Crise econômica
Zema atribui a incerteza sobre a data do pagamento ao momento econômico de Minas Gerais, que, assim como o restante do mundo, sofre em função dos reflexos da pandemia da COVID-19. De acordo com o governador, a arrecadação do estado caiu. Os gastos, especialmente os direcionados ao combate ao coronavírus, aumentaram. Por isso, ainda não haveria dinheiro em caixa para pagar salários.
“O estado, num mês normal, quero deixar muito claro para o servidor que está nos assistindo, tinha sempre uma arrecadação que se repetia de janeiro a dezembro. Havia uma repetição. Nos últimos 15, 20 dias, nós assistimos a uma situação totalmente excepcional e imprevisível. A média diária de arrecadação caiu drasticamente. Com isso, passamos a não ter condição de prever. É alguém que vendia todo dia 100 picolés e agora tem dia que vende cinco, 20, 15. Como essa pessoa vai fazer uma previsão se a estabilidade ficou totalmente afetada?”, questionou.
Nióbio
Em seguida, Zema voltou a falar sobre a venda dos créditos do nióbio pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) como solução para pagar o salário o 13º de 2019 de parte dos servidores. “Tenho esperança. Estou empenhado pessoalmente, porque esse recurso é que vai proporcionar o pagamento que ainda falta do 13º, pois 15%, uma minoria, ainda não recebeu, e o salário que está atrasado”, disse.
Apesar de se dizer esperançoso, Zema admitiu que o momento econômico mundial dificulta as negociações. “Não está descartada, mas quem acompanha qualquer tipo de noticiário hoje sabe que o mercado financeiro está praticamente todo paralisado. Não ocorre nenhuma operação. Nós tivemos a infelicidade de a operação ter sido lançada exatamente neste momento em que o mercado ficou parado. Já estamos conversando em Brasília com bancos oficiais para que eles assumam essa operação. Já que o mercado está parado, e é uma operação que dá resultado a quem fizer, comprar os títulos e papéis, por que não um banco oficial fazer isso?”, concluiu. (Fonte: www.em.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário