terça-feira, 23 de março de 2021

EX-DIRETORA TÉCNICA DO HOSPITAL PARTICIPA DE REUNIÃO COM OS VEREADORES

Dra. Hellen Bedim Bonin foi convidada pela Comissão de Saúde para prestar esclarecimentos sobre supostos desvios de recursos e demissão de profissionais do Hospital.
EX-DIRETORA TÉCNICA DO HOSPITAL PARTICIPA DE REUNIÃO COM OS VEREADORES

Atendendo a um convite formulado pela Comissão de Saúde, a médica Dra. Hellen Bedim Bonin esteve participando da sessão ordinária da Câmara Municipal de Leopoldina, realizada no dia 16 de março de 2021. O objetivo do convite foi esclarecer algumas notícias divulgadas na cidade em relação à Casa de Caridade Leopoldinense, referentes a supostos desvios de recursos e demissão de profissionais.

Inicialmente, a médica informou que, depois de exercer a função de diretora técnica do Hospital por nove anos, atualmente não faz mais parte da diretoria, mas que continua trabalhando na instituição como responsável pelo Banco de Sangue e como anestesista. Questionada sobre algumas notícias que surgiram envolvendo a Casa de Caridade Leopoldinense, Dra. Ellen confirmou que houve vários boatos e que esperou que o Hospital se posicionasse a respeito. Segundo ela, foi feita apenas uma nota pequena e fria e depois os diretores se mantiveram no silêncio.

A convidada aproveitou para fazer um relato sobre os nove anos em que esteve atuando como diretora técnica do Hospital. Disse que, quando chegou a Leopoldina, a Casa de Caridade enfrentava um momento dificílimo, tanto financeiro quanto físico, com uma estrutura deplorável. Ela comentou que, junto com uma equipe muito grande, foi feito um trabalho árduo para restabelecer o nome e a imagem do Hospital e reconquistar a credibilidade das pessoas, contando com a participação de médicos, administradores, enfermeiros, enfim toda equipe.

Dra. Hellen lembrou a criação do projeto Amigos da Casa de Caridade que arrecadou recursos para reformar boa parte da estrutura física do hospital, além das inúmeras festas que foram promovidas, cujos recursos foram direcionados para a melhoria física, com reformas do CTI, centro cirúrgico e hemodiálise. Segundo ela, essas ações acabaram incomodando algumas pessoas e foram criados problemas de ego, com tentativas de interferências na área técnica, as quais não foram aceitas por ela.

A médica comentou que, ao ser consultada pelo então prefeito José Roberto sobre a possibilidade de o município entrar na onda amarela ou vermelha, apresentou um posicionamento de que o comércio não era o grande vilão e que poderia adotar um protocolo semelhante ao que está em vigor atualmente, ou seja, não  fechar completamente. Ela informou que sua opinião causou uma forte reação no advogado do Hospital que chegou a chamá-la de irresponsável, pois não poderia falar em nome do Hospital, que sabia que ela era empresária e que tinha interesses escusos neste posicionamento.

Dra. Hellen explicou que respondeu à altura as acusações e reconheceu que a partir daí travou-se uma briga e, ao mesmo tempo, foi plantada uma denúncia do Hospital, que se referia ao mau uso do dinheiro público e a um suposto benefício aos plantonistas Dr. Tarcisio, Dr. Luís Cabral e Dr. José Luís. Segundo ela, a denúncia foi encaminhada à Vigilância Sanitária que apura a parte técnica e ao Ministério Público que verificará o emprego do dinheiro público.

A médica fez questão de salientar que qualquer pessoa que conhece um pouco do funcionamento de uma empresa sabe que é impossível desviar o montante de R$1 milhão de reais, conforme foi divulgado, pois seria necessário o envolvimento de muitas pessoas. Ela frisou que nunca assinou nenhuma ordem de serviço e considerou que a denúncia foi feita por pessoas de má fé.

Dra. Hellen saiu em defesa dos médicos Dr. Tarcisio e Dr. Luís Cabral que largaram suas famílias e se dedicaram completamente ao hospital, sendo merecedores de homenagens da Casa de Caridade Leopoldinense. Segundo ela, quando a crise começou em março, não existia vacina, ninguém sabia qual o procedimento era o mais correto, médicos estavam morrendo por causa da doença e não havia profissionais para fazer os plantões, pois todos eram do grupo de risco. Ela afirmou que hoje é muito fácil falar que há médicos para dar plantão, mas no início da pandemia o quadro era diferente. A médica explicou que seu marido, Dr. José Luís, trabalhou em plantão por três meses apenas para ajudar o hospital, porque ele não tinha interesse e somente aceitou enquanto não havia substituto para cumprir a escala.

A convidada lembrou que foram meses dolorosos e que o primeiro caso positivo de Covid-19 chegou ao seu conhecimento a 1 hora da manhã e sua reação foi ligar imediatamente para a Secretária de Saúde. Disse que teve crise de ansiedade e que seus filhos viveram uma experiência que não mereciam em virtude da sua dedicação total ao Hospital.

A médica reconheceu que todo o esforço deu resultado, pois hoje Leopoldina tem um hospital com o maior número de leitos da região, mas frisou que isso não veio de graça. Segundo ela, a maioria das pessoas que hoje estão trabalhando, inclusive na Administração, não estiveram na linha de frente do hospital, estavam em suas casas porque eram do grupo de risco. E citou que o Wolney, ela, a enfermagem, a fisioterapia, todos estavam lá e ressaltou que foi um trabalho árduo e que eles merecem todos os aplausos.

Dra. Hellen reconheceu que, pelo seu jeito de ser, incomoda algumas pessoas e tem inimizades no local de trabalho, mas foi enfática ao afirmar que alguém do próprio Hospital plantou a denúncia que já foi respondida por ela e encaminhada à Vigilância Sanitária, apesar do posicionamento do advogado da Casa

 de Caridade de que a defesa teria de ser feita pela Mesa Diretora. Ela informou que se criou um verdadeiro circo com pessoas vibrando e tentando destruir a imagens de profissionais sérios.

A médica afirmou que ela e os médicos não têm nada a temer e considerou um absurdo toda a fofoca que foi criada envolvendo os profissionais. Quanto à denúncia de mau uso do dinheiro público, afirmou que nunca participou de licitação e nem de compra de qualquer material. Também salientou que divulgaram que houve irregularidades, mas ainda não esclareceram o que ocorreu de errado. Segundo ela, se teve algum erro, o Hospital deveria revisar a prestação de contas e não permitir que essas notícias sem comprovação fossem divulgadas pela cidade.

A médica fez questão de dizer que não tem condições de afirmar se houve erro, mas frisou que é muito fácil colocar a culpa no administrador que estava lá e brindar outros profissionais. Segundo ela, foi uma covardia o que foi feito com o administrador que, durante toda a pandemia, deu seu sangue pelo Hospital. Dra. Hellen encerrou afirmando que possui muitos áudios e cópias das publicações que foram feitas e disse esperar que o mais breve possível a verdade venha à tona.

Em seguida, os vereadores se alternaram fazendo diversos questionamentos sobre critérios para vacinação dos funcionários do Hospital, inclusive dos advogados, os parâmetros para utilização do dinheiro público destinado à Covid-19 e análise do trabalho realizado pela Mesa Diretora da Casa de Caridade Leopoldinense. Todos os questionamentos foram respondidos pela Dra. Hellen, que se colocou à disposição sempre para prestar os esclarecimentos que forem necessários. (Fonte: Site da Câmara Municipal de Leopoldina-MG).

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