A mãe e a avó de um recém-nascido são suspeitas de assassinar
com facadas e enforcado por um fio de carregador de celular, o bebê que tinha
acabado de nascer de parto normal e em casa. O crime brutal aconteceu em Ponte
Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, nesta quinta-feira (25).
A mãe do bebê, que tem 12
anos, disse que foi ela quem esfaqueou e enforcou o filho, após um parto
normal na residência dela. A avó do menino, uma mulher de 44 anos, deu várias
versões contraditórias sobre o crime. Ela disse que não sabia da gravidez da
filha e que não ajudou no parto, mas depois testemunhas relataram que ela
auxiliou o nascimento do neto.
De acordo com o boletim de ocorrência, a menina de 12 anos
namorava um adolescente de 16 anos, desde meados do ano passado, com
autorização da mãe dela. A garota ficou grávida, mas relatou não saber da
gestação. Ela sentiu cólicas nos últimos dias, mas disse que acreditava que
fossem menstruais. A mãe deu remédio para ela e pediu que ela tomasse sol para
ver se melhorava.
A adolescente contou que,
nesta quinta-feira, estava em seu quarto, quando as dores aumentaram e ela
começou a ter sangramentos. Logo depois ela disse que viu que o bebê estava
nascendo. A menina disse que tirou o filho sozinha e que sua mãe, ao chegar no
quarto e ver a cena, saiu pela rua correndo e gritando por socorro.
Nesse momento, a mãe do
recém-nascido, disse que pegou uma faca na cozinha e esfaqueou o bebê. Ela
também o enforcou com um fio de carregador de celular e só parou com as
agressões quando vizinhos chegaram à casa dela. A garota argumentava o tempo
todo com os militares que agiu sozinha e que a mãe dela não tinha culpa de
nada. "A má aqui sou eu, se minha mãe tivesse me ajudado ela estaria cheia
de sangue", disse aos policiais.
O bebê foi socorrido para o
Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova, onde foi atendido, mas não
resistiu. Os médicos disseram que era impossível a menina ter feito o parto
sozinha e que também era impossível ela não ter percebido que estava grávida
por causa do tamanho da barriga e da movimentação fetal.
Diante da afirmação, a menina
confessou que a mãe a ajudou a tirar o bebê, mas continuou negando que a mulher
tivesse ajudado a ferir a criança. "Peguei ele das mãos dela (da mãe) e
acho que, sem querer, bati com a cabeça no puxador da cômoda. Ai minha
mãe saiu correndo gritando os vizinhos. Eu fiz aquilo lá, tentei cortar o
pescoço do neném e tentei sufocar com o fio do celular, só que quando
minha mãe voltou com os vizinhos eu parei de fazer", contou a
garota, no boletim de ocorrência.
Apesar da garota afirmar que
não sabia que estava grávida, o namorado dela contou que há cerca de seis
meses, ela disse sobre a gravidez e pediu que ele comprasse remédio para
abortar. O adolescente se negou a efetuar a compra e também não contou a
ninguém sobre a gestação. Ele foi apreendido por estupro de vulnerável por ter
engravidado a menina de 12 anos.
Versões contraditórias
A mulher de 44 anos continuou
a dizer que não sabia da gravidez da filha, mas relatos da namorada dela e da
filha estão em contradição com o que ela diz. A menina contou aos militares que
a mãe a ameaçava, caso ela engravidasse, dizendo que iria mandar a filha
para morar com o pai, coisa que a adolescente não queria.
A namorada da mulher mais
velha também contou que percebeu a gravidez da garota e questionou a
companheira, mas a suspeita se irritou, começou uma briga e mandou a namorada
cuidar das próprias filhas.
Aos policiais, a suspeita
disse que percebeu apenas que a filha estava engordando, mas não sabia da
gravidez e que achou que as cólicas fossem menstruais. Ela alega também que não
percebeu atraso na menstruação da adolescente.
Vizinhas ajudaram no socorro
Quando a mulher começou a
gritar na rua, vizinhas entraram na residência e embrulharam a criança em uma
coberta. As testemunhas relataram que tinham percebido que a adolescente estava
grávida, ao ver ela na rua, dias antes do crime.
Disseram também que não
perceberam que o recém-nascido estava ferido no pescoço e que se preocuparam em
acionar os bombeiros e socorrer a criança, que foi levado junto com a
adolescente para o hospital.
Suspeita alterou cena do crime
A suspeita de 44 anos começou
a mandar áudio de Whatsapp para contar para várias pessoas o que tinha
acontecido. Ela também pediu ajuda da namorada e as duas colocaram para
lavar toda a roupa de cama que ficou com marcas de sangue.
Por causa das versões
contraditórias, a mulher foi presa. A namorada dela também foi detida por
alterar a cena do crime. A Polícia Civil foi acionada e realizou os trabalhos
de investigação no local.
A adolescente ficou internada
já que passou por um parto de alto risco e estava muito ferida. O Conselho
Tutelar foi acionado para acompanhar o caso e a adolescente ficou sob escolta
policial. (Fonte: www.otempo.com.br).