Conforme
ampla divulgação feita na imprensa local, o município de Leopoldina foi
muito prejudicado por uma medida adotada pelo então governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel, que transformou a 6ª Companhia Independente
de Polícia Militar na atual 37ª Companhia de Policia Militar. Com esta
decisão do Governo de Minas, Leopoldina deixou de comandar o
policiamento em quinze municípios e atualmente é responsável somente
pelos policiamentos de Leopoldina, Argirita e Recreio. Tal medida não
atingiu as demais companhias independentes da região que, ao contrário,
foram elevadas ao status de Batalhão.
Diante desta situação,
foi iniciado um movimento para o fortalecimento da Polícia Militar,
capitaneado pelo Presidente da Câmara, vereador José Augusto Cabral.
Foram realizadas reuniões com vereadores e prefeitos de outras cidades,
deputados e lideranças políticas, além de encontros na cidade
administrativa em Belo Horizonte, no comando da Polícia Militar de Minas
Gerais.
Após muitos debates
sobre o tema, houve um consenso de que o fortalecimento da Polícia
Militar poderá ser efetivado com a troca de imóveis entre o atual DNIT e
a 37ª Companhia de Polícia Militar, que poderá resultar na implantação
de um Batalhão de Polícia Militar. Neste sentido, foram realizadas
diversas reuniões em Brasília, de forma presencial e remota, com
deputados, senadores, direção do DNIT e até com canais do Ministério da
Infraestrutura e da Presidência da República.
Embora os entendimentos
já estejam em uma fase bastante adiantada, o vereador José Augusto
recebeu um ofício do DNIT informando seu posicionamento contrário à
permuta proposta pela Polícia Militar de Minas Gerais e favorável apenas
a um compartilhamento da área ocupada pelo departamento.
Em sessão ordinária da
Câmara Municipal de Leopoldina, realizada no dia 18 de outubro de 2021, o
vereador utilizou o expediente de oradores inscritos para se manifestar
a respeito desse novo posicionamento do DNIT que, segundo ele, é um
elefante branco em Leopoldina e no país, vítima da falta de visão do
governo em relação àquela que deveria ser a estratégica missão do DNIT,
ou seja, a infraestrutura das rodovias.
Em seu pronunciamento,
José Augusto Cabral defendeu que é preciso avaliar a necessidade de
reorganização da máquina pública federal, estadual e municipal, para que
os interesses da população, e não dos governantes, sejam colocados em
primeiro plano. Ele frisou que, se não é interesse do DNIT transferir-se
para um prédio menor, porém de excelente qualidade, é preciso deixar
cristalino que é interesse do município ter um Batalhão da Polícia
Militar e salientou que uma decisão de gabinete do DNIT local, estadual
ou nacional não pode afetar o bem estar e a segurança pública de uma
população.
O Presidente do
Legislativo acrescentou que não será o imóvel em que se encontra que
fará melhor esse departamento, mas a visão de país e seu papel em
relação à logística e infraestrutura do Brasil, além de ações imediatas e
objetivas que evitem acidentes nas rodovias, como os que ocorreram nas
últimas semanas. Segundo ele, a visão que se tem atualmente do DNIT é de
um órgão esvaziado, por vezes considerado omisso, pela falta de ação,
que se justifica não pelos seus técnicos e colaboradores, mas muito mais
pela falta de apoio federal.
O parlamentar
esclareceu que não considera menos importante o DNIT, mas ressaltou que o
imóvel ocupado atualmente pelo órgão seria muito mais útil para abrigar
um Batalhão de Polícia Militar do que uma dezena de funcionários que
poderiam, sim, ficar muito bem instalados no imóvel ocupado pela atual
Companhia de Polícia Militar.
José Augusto destacou
que, enquanto o DNIT obstrui o fortalecimento da Polícia Militar no
município e região, não há colocação de radares, novas placas de
sinalização, pintura e redutores de velocidade nas rodovias. O vereador
também salientou que não há medidas de proteção para o curso d’água que é
captada para o abastecimento de Leopoldina, hoje com uma população de
aproximadamente 55 mil habitantes, que fica vulnerável ao risco de
contaminação por cargas tóxicas que venham a tombar na rodovia e cair no
leito do curso d’água. Ainda foram citadas as cobranças de
investimentos para construção da terceira pista e acostamento na BR 267,
entre Leopoldina e Juiz de Fora.
Ao final, José Augusto
Cabral reiterou que o movimento para implantação do Batalhão de Polícia
Militar em Leopoldina permanece firme em seus propósitos e enfatizou que
a população está indignada com o descaso das autoridades, que não
melhoram a segurança das rodovias que cortam o município e fazem
aumentar os números de uma triste realidade: acidentes e mais acidentes,
vítimas e mais vítimas, semana após semana, mês após mês, ano após ano.
O vereador foi enfático ao afirmar que o DNIT precisa apresentar mais
ações e menos obstáculos ao desenvolvimento do município.
Em seguida, o tema
permaneceu em discussão pelos vereadores que se alternaram em
pronunciamentos de apoio à manifestação do presidente da Casa
Legislativa.(Fonte: Site da Câmara Municipal de Leopoldina-MG).